quarta-feira, 26 de novembro de 2014
A imigração na cidade de São Paulo
São Paulo foi, de longe, o que mais
atraiu imigrantes. Dos 4,5 milhões que chegaram ao Brasil, cerca de 3
milhões desembarcaram em Santos e subiram a serra rumo ao interior do
estado, na esperança de, ao colher os grãos, colher para si um pouco da
riqueza do café. Esperança que nem sempre se realizou. Por diferentes
caminhos, boa parte de toda essa gente acabou ficando ou vindo para a
capital.
Os imigrantes desembarcavam em Santos e,
eram encaminhados de trem até o Brás, onde ficavam na Hospedaria dos
Imigrantes – hoje transformada no Memorial do Imigrante – e de onde
partiam para as lavouras de café no interior do estado. Muitos deles,
entretanto, preferiam ficar na capital daí o surgimento de bairros nos
quais a presença de estrangeiros era marcante, como Bom Retiro, Brás,
Bexiga e Barra Funda.
Os fazendeiros preferiam contratar
famílias devido à organização de produção, trabalhava na lavoura, em
jornadas de 10 a 14 horas.
Os primeiros imigrantes trabalharam lado a
lado com os escravos, sofrendo pressões e maus tratos semelhantes.
Alguns fazendeiros tentaram até instalar os recém-chegados nas moradias
ocupadas pelos escravos. Com a insistência dos colonos por mudanças em
algumas senzalas, elas foram remodeladas ou foram construídas moradias
mais afastadas da sede da propriedade rural e com melhor qualidade que
a dos cativos. As casas dos imigrantes eram quase sempre muito
rústicas, construídas de taipa ou e pau-a-pique, sem banheiro e com
chão de terra.
A cidade de São Paulo no inicio do sec:20
O século 20, em São Paulo,
começou com toda a força dos milhares de imigrantes, que resolveram o
problema da mão de obra da lavoura cafeeira, permitiu maior
ocupação do interior do Estado.
Criaram-se as condições necessárias
para que
pequenas fábricas, subsidiárias do café, dessem os primeiros passos em
direção à industrialização. Com o interior já integrado ao cenário do
rápido
crescimento da província, começou haver a preocupação com a construção
de
novas estradas, prevendo-se a interiorização dos cafezais e a
prosperidade
que seria sacramentada com a República.
Até 1930, a ferrovia puxava a
expansão da cafeicultura, atraía imigrantes e permitia a colonização de
novas áreas, enquanto nas cidades a industrialização avançava, criava novos
contornos urbanos e abria espaço para novas classes sociais, o operariado e
a classe média.
O próspero estado de São Paulo via surgir a cada dia uma
novidade diferente: a eletricidade substituía o lampião a gás; chegavam os
primeiros carros; cresciam as linhas de bondes elétricos; construíam-se na capital
grandes obras urbanas, entre elas, o Viaduto do Chá e a Avenida Paulista.
A singularidade desse período
está na forma intensa com que tudo se multiplica, desde a imigração, que no
campo sustenta a cafeicultura, até o desenvolvimento das cidades, que levam
São Paulo a perder suas feições de província e tornar-se a economia mais
dinâmica do país.
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
Estação da luz
Estaçao da luz
O parque da Luz, criado inicialmente em 1790 com a proposta de ser um Jardim Botânico, e em 1825, após a reforma, é inaugurado como Jardim Público com objetivo de proporcionar um espaço de lazer à população.
São Paulo railway
A São Paulo Railway Company (SPR) foi a primeira ferrovia construída em São Paulo, e a
segunda no Brasil. Financiada com capital inglês, sua construção foi iniciada em 1860,
enfrentando muitas dificuldades técnicas durante a implantação, principalmente no trecho da
Serra do Mar. A concessionária teve o privilégio de exploração da linha por um período de 90
anos, o que lhe garantiu a condição de maior empresa ferroviária do Brasil e em volume de
carga. A inauguração aconteceria em 1867 e a denominação Estrada de Ferro São Paulo Railway
Company se manteve até o ano de 1946. A ferrovia, com 159 km, ligava o município de Santos
ao de Jundiaí, tendo como ponto de passagem a cidade de São Paulo; cruzava os municípios de
Cubatão, Santo André (Paranapiacaba), Rio Grande da Serra, Ribeirão Pires, Mauá, novamente
Santo André (área central) e São Caetano do Sul até chegar à capital paulista.
início da ferrovias no Brasil
Por volta do ano de 1776 os trilhos de madeira começaram a ser trocados por trilhos de ferro, o que caracterizou a rail way, ou seja, a linha férrea, termo que acabou sendo difundido mais tarde, no século XIX. Foi no ano de 1804 que surgiu a primeira locomotiva movida com um motor a vapor, inovação criada pelo engenheiro britânico Richard Trevithick. Esse evento histórico ocorreu na cidade inglesa de South Wales, quando foram carregadas 18 toneladas de ferro e 70 homens por 14 km. Quando a velocidade chegou aos 8 km/h os trilhos não resistiram e quebraram.
Com mais força e velocidade, as máquinas foram substituindo os cavalos, proporcionando o aumento do número de vagões e da quantidade de carga transportada pelas composições. A partir dessa época foram ocorrendo diversas melhorias técnicas nos trilhos e nas locomotivas. As ferrovias estabeleceram uma perspectiva diferente sobre a ideia de transporte de cargas mais pesadas e por longas distâncias.Em razão das possibilidades de mobilidadetambém no meio urbano, as linhas férreas passaram a ser uma opção para o transporte de passageiros. Nesse sentido, a Inglaterra tomou a frente no que corresponde a essa modalidade, inaugurando em 1812 na cidade de Leeds a primeira composição para transportar exclusivamente passageiros.
O ano de 1830 ficou marcado como o início da Era das Ferrovias, quando foi inaugurada a primeira linha férrea de longa distância para passageiros em escala comercial e com horários regulares, entre as cidades inglesas de Liverpool e Manchester. No primeiro ano de funcionamento, a linha entre essas duas cidades transportou 460.000 passageiros. Em 1863 a Inglaterra criou a primeira linha subterrânea, integrando um sistema de transporte metropolitano e que mais adiante foi chamado de metroway.
Entre o final da década de 1870 e início da década de 1880 foram desenvolvidos os primeiros sistemas férreos movidos a eletricidade, criado por engenheiros alemães. A primeira linha férrea usando eletricidade conduzida por cabos suspensos foi no ano de 1883, entre as cidades de Mödling e Hinterbrühl Tram na Áustria.
Fazenda de café do Oeste Paulista
O artigo examina relações entre fazendeiros de café e trabalhadores negros
após a abolição no município de São Carlos, no Oeste paulista, focalizando sobretudo,conflitos violentos registrados em autos penais. Os negros reivindicavam
respeito e dignidade, e lutavam para defender seu direito à privacidade; os fazendeiros, ainda ressentidos pela rebeldia dos escravos nos últimos anos antes da abolição,se irritavam com qualquer sinal de desacato dos negros, recorrendo rapidamente à violência para os rebaixar e humilhar, tendência que manifestavam menos nos conflitos com trabalhadores imigrantes. Os imigrantes que compraram fazendas de café ou assumiram posições de autoridade nas fazendas rapidamente internalizaram as mesmas disposições raciais exibidas por seus congêneres brasileiros.
após a abolição no município de São Carlos, no Oeste paulista, focalizando sobretudo,conflitos violentos registrados em autos penais. Os negros reivindicavam
respeito e dignidade, e lutavam para defender seu direito à privacidade; os fazendeiros, ainda ressentidos pela rebeldia dos escravos nos últimos anos antes da abolição,se irritavam com qualquer sinal de desacato dos negros, recorrendo rapidamente à violência para os rebaixar e humilhar, tendência que manifestavam menos nos conflitos com trabalhadores imigrantes. Os imigrantes que compraram fazendas de café ou assumiram posições de autoridade nas fazendas rapidamente internalizaram as mesmas disposições raciais exibidas por seus congêneres brasileiros.
Fazenda de café do vale do paraíba

Cheiro de café fresquinho, pão quente, fogão a lenha, panela de barro. Casarões com imensas janelas, varandas que convidam à preguiça. Serestas em noites estreladíssimas. Porteiras abertas, para uma viagem no tempo através das histórias e sabores da fazenda. Este é o Vale do Paraíba. Entre as Serras do Mar e da Mantiqueira, o Vale do Paraíba, em seu trecho mais alto, teve importância econômica fundamental para o Estado do Rio de Janeiro no século XIX, com o cultivo do café, produto que foi a base da economia imperial e da República Velha (1889-1930). A riqueza fluía pelos cafezais, evidenciada nas elegantes mansões dos fazendeiros.Este tempo passou, mas o ciclo de ouro do café deixou no Vale do Paraíba, um legado arquitetônico e cultural magnífico: as fazendas de café.
Vale do Paraíba
O café foi trazido para o Brasil em 1727, por Francisco de Melo Palheta, que levou as mudas para o Pará. No início, era utilizado apenas no consumo doméstico, e acredita-se que, por volta de 1760, já existissem pequenos cultivos no Rio de Janeiro.
quarta-feira, 8 de outubro de 2014
Segundo Reinado
O Segundo Reinado iniciou-se com a declaração de maioridade de Dom Pedro II, realizada no dia 23 de julho de 1840. Na época, o jovem imperador tinha apenas quatorze anos de idade e só conseguiu ocupar o posto máximo do poder executivo nacional graças a um bem arquitetado golpe promovido pelos grupos políticos liberais. Até então, os conservadores (favoráveis à centralização política) dominaram o cenário político nacional.
Antes do novo regime monárquico, o período regencial foi caracterizado por uma política conservadora e autoritária que fomentou diversas revoltas no Brasil. As disputas políticas do período e o desfavor promovido em torno do autoritarismo vigente permitiram que a manobra em favor de Dom Pedro de Alcântara tivesse sustentabilidade política. Nos quarenta e nove anos subsequentes o Brasil esteve na mão de seu último e mais longevo monarca.
Para contornar as rixas políticas, Dom Pedro II contou com a criação de dispositivos capazes de agraciar os dois grupos políticos da época. Liberais e conservadores, tendo origem em uma mesma classe socioeconômica, barganharam a partilha de um poder repleto de mecanismos onde a figura do imperador aparecia como um “intermediário imparcial” às disputas políticas. Ao mesmo tempo em que se distribuíam ministérios, o rei era blindado pelos amplos direitos do irrevogável Poder Moderador.
A situação contraditória, talvez de maneira inesperada, configurou um período de relativa estabilidade. Depois da Revolução Praieira, em 1847, nenhuma outra rebelião interna se impôs contra a autoridade monárquica. Por quê? Alguns historiadores justificam tal condição no bom desempenho de uma economia impulsionada pela ascensão das plantações de café. No entanto, esse bom desempenho conviveu com situações delicadas provindas de uma economia internacional em plena mudança.
Para contornar as rixas políticas, Dom Pedro II contou com a criação de dispositivos capazes de agraciar os dois grupos políticos da época. Liberais e conservadores, tendo origem em uma mesma classe socioeconômica, barganharam a partilha de um poder repleto de mecanismos onde a figura do imperador aparecia como um “intermediário imparcial” às disputas políticas. Ao mesmo tempo em que se distribuíam ministérios, o rei era blindado pelos amplos direitos do irrevogável Poder Moderador.
A situação contraditória, talvez de maneira inesperada, configurou um período de relativa estabilidade. Depois da Revolução Praieira, em 1847, nenhuma outra rebelião interna se impôs contra a autoridade monárquica. Por quê? Alguns historiadores justificam tal condição no bom desempenho de uma economia impulsionada pela ascensão das plantações de café. No entanto, esse bom desempenho conviveu com situações delicadas provindas de uma economia internacional em plena mudança.
r.
Assinar:
Postagens (Atom)